Uma menina cresce ouvindo de parentes e
estranhos, frases como: “alemão gosta de mulata”, “português gosta de mulata”,
“italiano gosta de brasileira”, “estrangeiro
adora brasileira”,
“ela era tão linda que virou a mulata do Sargentelli (leitoras nascidas depois dos
anos 70 talvez não conheçam)”...
E dentro disso, ela vê que seus pais são
iguais, mas a relação dos dois é fria e distante. Acreditem , os filhos nunca estão
parados olhando para o nada, eles estão analisando cada situação, cada passo,
cada palavra ou silêncio
que os pais e outras pessoas do convívio fazem.
E no futuro agirão
de acordo com o que aprenderam em suas observações gravadas no inconsciente.
Nossas crenças são formadas por nós de acordo
com aquilo que ouvimos, vemos e sentimos quando somos crianças portanto a
crença dessa menina com relação á homens estará sendo formada com essas frases
junto com o que observa ao redor. Quanto mais se repete, mais forte a crença
ficará.
Se
essa menina quando adulta entrar num
relacionamento inter-racial ela o fará
esperando inconscientemente que seja como ela sempre ouviu.
E
pela prática, pelo dia a dia as situações reais que envolvem um relacionamento
desse tipo aparecerão e tudo será bem diferente daquilo que ela sempre ouviu e
acreditou.
Nesse
caso aceitar a realidade que se experimenta seria o mais sensato, mas as crenças
são tão fortes que a impedem de aceitar
os fato de que raça não gosta de raça e cor não gosta de cor e sim pessoas independente
de origem ou raça amam pessoas.
Se
conseguir aceitar
essa verdade, terá ainda que quebrar
todos os paradigmas e
crenças da infância. Um trabalho interno doloroso que
contará com pouca ou nenhuma ajuda de fora porque ninguém quer assumir que não
é assim!
Já ouvi de uma pessoa muito querida que estava
sofrendo muito no
exterior o seguinte: “Não posso voltar para o Brasil! O
que os vizinhos vão dizer?”
Num
caso desses o mais importante é aceitar que as coisas são exatamente como você
está experimentando. Dependendo da origem do relacionamento você será
confrontada com situações diferentes. Observe cada situação, aceite que você
não pode mudar os outros (pessoas ou uma nação) e use sua experiência para o
seu próprio crescimento, talvez você tenha que aprender algo com isso. E se
precisar ou decidir voltar para seu ponto de origem, não se envergonhe, nunca!
Traga com você uma bagagem rica em conhecimento e crescimento e continue vivendo,
sem culpas ou medos sabendo que você fez o melhor por você mesma, a pessoa mais
importante nisso tudo.
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