Entre
pessoas que falam a mesma língua, geralmente acontecem problemas de comunicação,
falamos A e outro entende Z.
Isso
se torna mais complicado quando há idiomas diferentes num relacionamento e se a
mulher está no país do parceiro a coisa pode complicar um pouco mais.
Ela
precisa se adaptar, mas acaba se adaptando demais, chegando num ponto onde
perde sua própria identidade. A primeira coisa que se pode perder é o sorriso
que normalmente carregamos para onde vamos, ficamos mais sérias porque no país
tal se você rir muito vão te olhar estranho. Dependendo do país incluímos em
cada frase uma palavrinha que não precisa necessariamente estar lá, mas fazemos
porque no país tal é assim. Mudamos pequenas coisas para mostrar que estamos
adaptados e assim somos aceitos. Certo?
Errado!
Isso não é adaptação! Isso é perder quem você realmente é, sua essência!
Quem
vive fora do país tem a obrigação de seguir as regras e leis daquele país, se
comportar de uma forma que não incomode as pessoas de lá com muito respeito e
atenção. É só isso!
Acredito
que ninguém vai para outro país á toa, além dos motivos da pessoa existem os motivos
do Universo, pode ser dezenas de motivos. Portanto os dois lados estão
envolvidos. Continue com seu sorriso, talvez o outro aprenda com isso a sorrir
também. Procure o mais rápido possível aprender a língua local e fale-a
normalmente, talvez o outro tenha que aceitar que você pode sim se comunicar
perfeitamente sem os trejeitos ou expressões locais.
Sugiro
que você se olhe constantemente no espelho, converse com você mesma na língua
local e se analise. Preste atenção nos comentários de seus parentes que não
estão com você, se falam muito que você mudou, está mais séria ou diferente, é
bom parar para analisar isso. Essa é você? Ou você se escondeu atrás de uma
máscara?
Me
lembro de uma cena muito interessante, era verão na Europa e as pessoas
passeavam numa área de pedestres. Um casal me chamou a atenção, os dois tinham
uma leveza para andar, estavam desfrutando a tarde de verão com roupas leves e
um leve sorriso no rosto. Ela tinha as sandálias nas mãos, decidiu andar
descalça mesmo que no cimento daquela
rua. Claro que as pessoas olhavam, comentavam, criticavam (quem mora na Europa
sabe do que estou falando). Mas ela não ouviu nada, não viu nada, só via a
delícia de passear livre numa tarde de verão. Achei aquilo lindo e só me provou
que todos nós ainda temos muitas coisas para experimentar, mesmo que o começo
seja nas pequenas coisas.
Adaptação
não é deixar de ser quem você é na sua essência! E talvez você esteja onde está
para evoluir, mas o outro também tenha que aprender algo com você. E como ele
vai aprender se você não pode mais ensinar por estar presa atrás de uma
máscara? Se for difícil procure ajuda, mas não permita que isso vá muito longe.
Dependendo
de onde você mora será difícil no começo. Olhares, comentários, desaprovação
farão parte do processo. Continue e com o tempo não incomodará mais. Talvez o
padeiro se acostume a ouvir o seu bom dia acompanhado por um sorriso sem se
perguntar do que você está rindo e um dia sorria para você de volta. E se não
sorrir, continue você sorrindo e sendo quem você é naturalmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário