domingo, 4 de dezembro de 2016

Comunicação 2

Entre pessoas que falam a mesma língua, geralmente acontecem problemas de comunicação, falamos A e outro entende Z.
Isso se torna mais complicado quando há idiomas diferentes num relacionamento e se a mulher está no país do parceiro a coisa pode complicar  um pouco mais.
Ela precisa se adaptar, mas acaba se adaptando demais, chegando num ponto onde perde sua própria identidade. A primeira coisa que se pode perder é o sorriso que normalmente carregamos para onde vamos, ficamos mais sérias porque no país tal se você rir muito vão te olhar estranho. Dependendo do país incluímos em cada frase uma palavrinha que não precisa necessariamente estar lá, mas fazemos porque no país tal é assim. Mudamos pequenas coisas para mostrar que estamos adaptados e assim somos aceitos. Certo?
Errado! Isso não é adaptação! Isso é perder quem você realmente é, sua essência!
Quem vive fora do país tem a obrigação de seguir as regras e leis daquele país, se comportar de uma forma que não incomode as pessoas de lá com muito respeito e atenção. É só isso!
Acredito que ninguém vai para outro país á toa, além dos motivos da pessoa existem os motivos do Universo, pode ser dezenas de motivos. Portanto os dois lados estão envolvidos. Continue com seu sorriso, talvez o outro aprenda com isso a sorrir também. Procure o mais rápido possível aprender a língua local e fale-a normalmente, talvez o outro tenha que aceitar que você pode sim se comunicar perfeitamente sem os trejeitos ou expressões locais.
Sugiro que você se olhe constantemente no espelho, converse com você mesma na língua local e se analise. Preste atenção nos comentários de seus parentes que não estão com você, se falam muito que você mudou, está mais séria ou diferente, é bom parar para analisar isso. Essa é você? Ou você se escondeu atrás de uma máscara?
Me lembro de uma cena muito interessante, era verão na Europa e as pessoas passeavam numa área de pedestres. Um casal me chamou a atenção, os dois tinham uma leveza para andar, estavam desfrutando a tarde de verão com roupas leves e um leve sorriso no rosto. Ela tinha as sandálias nas mãos, decidiu andar descalça  mesmo que no cimento daquela rua. Claro que as pessoas olhavam, comentavam, criticavam (quem mora na Europa sabe do que estou falando). Mas ela não ouviu nada, não viu nada, só via a delícia de passear livre numa tarde de verão. Achei aquilo lindo e só me provou que todos nós ainda temos muitas coisas para experimentar, mesmo que o começo seja nas pequenas coisas.
Adaptação não é deixar de ser quem você é na sua essência! E talvez você esteja onde está para evoluir, mas o outro também tenha que aprender algo com você. E como ele vai aprender se você não pode mais ensinar por estar presa atrás de uma máscara? Se for difícil procure ajuda, mas não permita que isso vá muito longe.

Dependendo de onde você mora será difícil no começo. Olhares, comentários, desaprovação farão parte do processo. Continue e com o tempo não incomodará mais. Talvez o padeiro se acostume a ouvir o seu bom dia acompanhado por um sorriso sem se perguntar do que você está rindo e um dia sorria para você de volta. E se não sorrir, continue você sorrindo e sendo quem você é naturalmente.

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