quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Preta, preta, pretinha...

Quando somos bebês  nossa comunicação com o mundo  é diferente e um pouco limitada não podemos dialogar normalmente sobre quem somos, sobre nossa cor e raça. Apenas nascemos para continuar nosso processo de evolução.
Com o passar dos anos, começamos a nos dar conta que temos uma raça, uma cor, uma nacionalidade e isso se torna claro de várias maneiras.
A maneira mais direta e talvez dramática de sabermos que somos negros é quando na infância ouvimos coisas que  afirmam isso de forma negativa.
Talvez o seu vizinho tenha um cachorro que ele chama “carinhosamente” de negão. E esse cachorro é bem rebelde então quando foge, o vizinho grita bravo para que “o negão volte para casa” e depois saia desesperado “para caçar o negão que fugiu”.
Talvez  na escola, as meninas não tenham nome, sejam  a neguinha ou a macaquinha, ou a palhaça da sala.
Talvez você ouça em um ônibus lotado alguém chamar uma moça negra de “nega filha.....” porque essa moça está na frente da porta e a outra moça branca queira descer e não consegue  expressar isso de outra forma que não seja  a forma racista. Quantas crianças nesse ônibus ouviram essa frase?
Então você cresce com tudo isso gravado em alguma parte de você. Sim, tudo, exatamente tudo que vivenciamos fica gravado, isso é para tudo e para todos.
E inconscientemente ou ás vezes até conscientemente  isso  influencia a sua vida inteira, até o momento que você resolve ver que realmente há algo  em você que não é seu e te prejudica.
É muito importante ver o que está dentro de você, onde está a pedrinha do seu sapato que não te deixa ir para frente  em alguma coisa de sua vida.
O protesto contra tudo isso, é muito importante, mas cada ser é único e portanto deveria cuidar de sua evolução individual. Os dois juntos (protesto e auto ajuda) podem abrir uma porta para uma experiência onde você é um ser e não uma cor ou raça. Os outros não precisam ser convencidos disso, você se convencendo é o que importa.
Gosto muito de uma frase de David Icke, ele diz: “Eu sou tudo que é, foi e será, eu sou uma consciência infinita fazendo uma experiência como David.”
É isso, todos nós somos seres infinitos, vamos e voltamos. Não é porque estamos recebendo o castigo de alguém, é porque precisamos evoluir sempre, não dá para não evoluir em nada em uma vida.
E vejam só que coisa mais impressionante,  como negro temos oportunidade muito maior de evoluir.  Como negras e eventualmente mães mais ainda. Aceitamos que o outro é racista (fato), protestamos contra o racismo (reação) e ainda nos conhecemos , nos aceitamos e evoluímos muito mais. Passamos para nossos filhos a força o respeito e a verdade dos fatos.
Vamos cuidar do que nossas crianças ouvem, não podemos colocá-las numa redoma á prova de som, nem deveríamos pois essa criança também é um ser que veio para evoluir.  Vamos sim explicar para elas que isso não é correto, explicar que a moça do ônibus , o vizinho dono do cachorro, os professores ou coleguinhas da escola não estão usando a palavra correta ao se referir á elas. Ensinar á essas crianças que elas são seres evolutivos e que nesse planeta para que haja evolução muitos seres diferentes em grau evolutivo estão juntos.  E o principal, que essa criança é um ser de luz que veio para cá para crescer e talvez mudar de uma vez algumas coisas que precisam ser mudadas mas que até agora poucos tiveram a coragem de encarar de frente e fazer alguma coisa concreta á respeito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário