Quando somos bebês
nossa comunicação com o mundo é
diferente e um pouco limitada não podemos dialogar normalmente sobre quem
somos, sobre nossa cor e raça. Apenas nascemos para continuar nosso processo de
evolução.
Com o passar dos anos, começamos a nos dar conta que temos
uma raça, uma cor, uma nacionalidade e isso se torna claro de várias maneiras.
A maneira mais direta e talvez dramática de sabermos que
somos negros é quando na infância ouvimos coisas que afirmam isso de forma negativa.
Talvez o seu vizinho tenha um cachorro que ele chama “carinhosamente”
de negão. E esse cachorro é bem rebelde então quando foge, o vizinho grita
bravo para que “o negão volte para casa” e depois saia desesperado “para caçar
o negão que fugiu”.
Talvez na escola, as
meninas não tenham nome, sejam a
neguinha ou a macaquinha, ou a palhaça da sala.
Talvez você ouça em um ônibus lotado alguém chamar uma moça
negra de “nega filha.....” porque essa moça está na frente da porta e a outra
moça branca queira descer e não consegue
expressar isso de outra forma que não seja a forma racista. Quantas crianças nesse
ônibus ouviram essa frase?
Então você cresce com tudo isso gravado em alguma parte de
você. Sim, tudo, exatamente tudo que vivenciamos fica gravado, isso é para tudo e para
todos.
E inconscientemente ou ás vezes até conscientemente isso
influencia a sua vida inteira, até o momento que você resolve ver que
realmente há algo em você que não é seu
e te prejudica.
É muito importante ver o que está dentro de você, onde está
a pedrinha do seu sapato que não te deixa ir para frente em alguma coisa de sua vida.
O protesto contra tudo isso, é muito importante, mas cada
ser é único e portanto deveria cuidar de sua evolução individual. Os dois
juntos (protesto e auto ajuda) podem abrir uma porta para uma experiência onde
você é um ser e não uma cor ou raça. Os outros não precisam ser convencidos
disso, você se convencendo é o que importa.
Gosto muito de uma frase de David Icke, ele diz: “Eu sou
tudo que é, foi e será, eu sou uma consciência infinita fazendo uma experiência
como David.”
É isso, todos nós somos seres infinitos, vamos e voltamos.
Não é porque estamos recebendo o castigo de alguém, é porque precisamos evoluir
sempre, não dá para não evoluir em nada em uma vida.
E vejam só que coisa mais impressionante, como negro temos oportunidade muito maior de
evoluir. Como negras e eventualmente
mães mais ainda. Aceitamos que o outro é racista (fato), protestamos contra o
racismo (reação) e ainda nos conhecemos , nos aceitamos e evoluímos muito mais.
Passamos para nossos filhos a força o respeito e a verdade dos fatos.
Vamos cuidar do que nossas crianças ouvem, não
podemos colocá-las numa redoma á prova de som, nem deveríamos pois essa criança
também é um ser que veio para evoluir.
Vamos sim explicar para elas que isso não é correto, explicar que a moça
do ônibus , o vizinho dono do cachorro, os professores ou coleguinhas da escola
não estão usando a palavra correta ao se referir á elas. Ensinar á essas
crianças que elas são seres evolutivos e que nesse planeta para que haja
evolução muitos seres diferentes em grau evolutivo estão juntos. E o principal, que essa criança é um ser de
luz que veio para cá para crescer e talvez mudar de uma vez algumas coisas que
precisam ser mudadas mas que até agora poucos tiveram a coragem de encarar de
frente e fazer alguma coisa concreta á respeito.
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